quinta-feira, 31 de maio de 2007

Morte

Sempre que nos deparamos com ela começamos os eternos questionamentos: "o que é morrer?", "existe vida após a morte?", "pra onde vão as almas?", "aliás, as almas existem?", "quem morre continua olhando pra nós de lá de cima?", "um dia vamos reencontrar a pessoa?".

Ontem no fim da tarde fui avisada que o pai do Magui, meu melhor amigo havia morrido. Que situação! Avisei os amigos que temos em comum, conseguimos informações de horários e combinamos de sairmos todos juntos da porta do meu prédio (onde mora a maioria dos amigos). Estava a caminho de casa quando meu celular toca, na bina aparece Magui, não sabia se deixava tocar, se atendia, o que falava ... foram segundos de tensão até que eu me coloquei no lugar dele e pensei que se ele estava ligando é porque queria falar, então atendi. Alguns minutos de conversa e eu não soube o que dizer, confesso que me sinto mal por não ter falado nada, queria poder colocar no colo, abraçar e deixar ele chorar o quanto achasse necessário.

Ao chegar em casa me deparei com uma cena que me emocionou pelo ato de amizade. Encontrei o Rapha na garagem colocando nos paineis do prédio o aviso sobre o falescimento. Fiquei pensando como a amizade realmente é importante, que amigos também são para sempre (além da família). Ainda falando de amizade, também me comoveu ver a Lulis e a Karen no velório. Lógico que elas também são amigas do Magui, mas moram do outro lado da cidade, e o velório seria às 23h, elas teria todo e qualquer argumento para não aparecer por lá, mas mesmo assim foram.

Não gosto do clima de velório, acho que ninguém gosta, raras as vezes que vou em algum, mas dessa vez foi muito diferente, nem pensei como seria o clima, se eu gostava ou não, só pensei no quanto o Magui precisaria de todos os amigos ali, mesmo nesse momento em que ainda "não caiu a ficha" como ele mesmo disse.

Fica agora a sensação de impotência perto da dor de perder um pai, um exemplo, um chefe de família. Resta em mim uma tremenda vontade de fazer mais, misturada com a consciência de que cada um tem seu tempo e espaço para querer contato, mesmo com os amigos, mesmo com as melhores intenções. Queria ter feito mais, ter abraçado mais, ter falado mais, ter ouvido mais, mas nada disso aconteceu. Só posso agora dizer pra ele o quanto ele é importante e que eu estou sempre aqui pra ele!

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