sexta-feira, 17 de abril de 2009

Palhaço Nota 7 - A razão do nome

Segue e-mail trocado com uma amiga, explicando o fato que originou o nome Nota 7 pra esse palhaço:

De: "Fernanda" f***************@yahoo.com.br
Para: "C**** F*****" *************@@hotmail.com

C******, eu vou lhe contar a minha saga do final de semana ...

No sábado, sai do shopping e dei uma passada pela Vila Madalena, na porta da balada, não sei ao certo o que ia fazer, mas passei o caminho todo inventando formas do universo me dizer se eu deveria ou não entrar naquela balada, porque, como sempre, eu estava bem confusa.

Primeiro disse que se eu achasse vaga na porta eu deveria entrar. Passei e vi a vaga na porta, mas estava do outro lado, então, até eu dar a volta não existia mais a vaga. Achei que isso era sinal pra eu ir embora. Então pensei que se visse algum conhecido na porta eu entraria, mas não vi ninguém, então tomei o rumo de casa.

Já fora da Vila Madalena, eu decidi que eu queria ir na baladinha, mas no fundo tinha medo de me chatear e por isso ficava colocando condições pra entrar. Então lembrei do que a terapeuta disse, que eu sempre acabo tomando as decisões, mesmo quando acho que não, e que devo aceitá-las. Eu vi que se eu realmente não quisesse ir eu nem teria perdido tempo passando na porta.

Pronto, adimiti isso pra mim e tomei rumo em direção a Rua Inácio Pereira da Rocha. Chegando lá eu me dei conta que meu medo na verdade estava diretamente ligado ao X (nome anterior ao ocorrido que relato aqui), porque eu sabia que ele estaria lá. Fiquei pensando em como seria vê-lo. E se ele estivesse ficando com alguém? E se esse alguém fosse alguma conhecida minha? E se nesse meio tempo ele tivesse começado a namorar? E se ele nem ligasse pra minha presença? E se ele não quisesse ficar comigo? Você sabe como eu sou né?! Fico sempre querendo que os caras fiquem afim de mim mesmo quando eu sei que eles não são os caras que eu quero do meu lado.

Respirei fundo e entrei. Só então me dei conta de que eu estava sozinha e me vi naquela situação que odeio de ficar com cara de idiota procurando as pessoas. Senti medo de não ser bem recebida pelos meus amigos. Fiquei um tempo sem saber como me comportar quando vi o H****** passando e decidi seguí-lo pra encontrar todo mundo. Dito e feito. Ele parou e eu dei de cara com (nessa ordem): P***, X, R**** e M****.

Cumprimentei a todos e eles foram super receptivos. Bom, o X foi muito simpático, me abraçou, perguntou como eu estava, alisou meus cabelos, todo aquele nhe nhe nhe de caras com o tipinho dele, tipinho xavequeiro que quer a atenção de todas (sim agora é isso que eu penso dele).

Subi no mesanino, encontrei as respectivas de cada um e a J***, que resgatava ursinhos comigo no sítio. Bom, eu estava decidida a não beber quando ela veio correndo na minha direção gritando que comprou ursinhos pra mim. Sim, ela trouxe um pacote daquelas balas pra nos divertirmos aquela noite. Ela disse que estava triste achando que eu não ia, mas já que eu cheguei a gente tinha que comemorar salvando ursinhos.

Bom, com toda aquela situação, a minha cabeça girando, o medo batendo no peito, a vontade de ser querida pelos meus amigos com o medo da rejeição e claro, no fundo a vontade de ficar com o X, eu pedi uma vodca com guaraná e caguei pro meu remédio. Rapidamente meu copo secou e tive que pedir mais uma dose. Confesso que eu não fiquei tão alterada, mais alegrinha sim, mais feliz, mas não alterada e nem do tipo bêbada.

Notei que os meninos não conhecem alguns lados meus, e confesso que gostei disso. Depois eles levaram tudo numa boa e eu aproveitava pra de alguma forma chamar atenção do X dançando até o chão.

Sempre que nossos olhos se cruzavam ele sorria. Mas isso não me satisfazia. Ai você sabe como é né?! Eu pensei, pensei, e fui na direção dele que estava sentado, como se fosse pegar minha bolsa. Cheguei por trás dele, peguei o copo de wisky, deim um gole do tamanho do mundo e fui direto ao ouvido: "DE ZERO A DEZ, QUAL A CHANCE DE GANHAR UM BEIJO SEU ESSA NOITE?".

Sim, eu perguntei isso! Ccom aquele ar de goxtosa (goxtosa com X é quando eu estou bêbada) que apenas a vodca me dá. Olhei bem dentro dos olhos dele enquanto ele gaguejava pra dizer que aquela pergunta deixava ele travado e que ele não tinha o que responder. Ai que ódio! Cuzão! Gente, essa resposta é tão simples quanto sim e não. Se quisesse me beijar bastava dizer 10, se não quisesse dizia 0, tão simples quanto isso. Mas não, ele curte fazer um charme. Perguntei de novo, então ele sorriu, me puxou pela cintura e disse no meu ouvido: "SETE".

Porra, sete? Sete? E ele ainda faz firula pra dizer sete? Precisa pegar minha cintura e vim falar no meu ouvido se a nota é sete? Ele não parou por ai, ainda perguntou se era uma nota boa. Eu, como uma bêbada carente, ao invés de sair e deixar ele falando sozinho, dei trela e disse que sete, na minha escola era média pra passar de ano, não era tão ruim, mas não era nada de mais, até que ele responde: "MAS NA MINHA ESCOLA A MÉDIA É 5, ENTÃO AS CHANCES ESTÃO ACIMA DA MÉDIA", piscou e sorriu como se fosse muito sedutor o que ele tinha acabado de me dizer.

Quis me bater. Me chicotear. Me esfolar e me deixar ajoelhada no milho pra aprender a não ser mais tão idiota. Por que eu fiz isso comigo? Mas o mais engraçado é que naquele momento isso não me abalou. Eu desci, dancei mais, me diverti mesmo. Até que eu me dei conta de que ele não estava com a gente e quando olhei vi que ele estava com o P*** conversando com umas meninas que naquela noite deveriam ter uma nota maior do que 7 na escala dele de chances de beijo na boca. Nesse momento eu fiquei puta, porque me dei conta que ele disse uma nota média pra me manter por perto caso ele não pegasse ninguém.

Dei tchau pra galera. Nada de mais. Claro que eu tive vontade de falar alguma coisa que pudesse me fazer sair por cima naquela história e fazer ele se sentir um bosta. Eu poderia fazer isso, tinha muitas coisas em minha mente pra acabar com ele, mas achei melhor não. Tentei assim quebrar um pouco esse meu comportamento de querer ser a melhor. Eu procurei por aquela resposta. Eu não deveria ter falado nada, mas falei, então, eu ainda sairia como louca se tentasse falar alguma coisa.

Olha, achei que ia ficar mau. No caminho até o carro eu pensei no que aconteceu e me senti meio como a última mulher. Comecei a trocar idéia com a tia que olhava meu carro, meu ela é muito bacana, sério mesmo. Ela disse uma coisa muito certa. Ela disse que eu não devo ir atrás dele. Se não é ele o cara que eu quero, não devo gastar minhas energias com ele e nem deixar que coisas como essa acabem com a minha auto estima. Meu e não é que ela está certa? Mas como ela também é mulher e tem orgulho, ela me aconselhou a me manter distante, e da próxima vez que vê-lo, ela disse que eu devo tratar ele como qualquer outro cara, e me mostrar muito feliz, mas ela disse que essa felicidade tem que ser verdadeira.

Olha, eu curti falar com ela viu?! Quando eu for na Vila de novo eu vou estacionar o carro naquela rua porque ela é bem gente boa.

Bom animal, era isso que eu precisava contar. Ufa! Sei que me empolguei na escrita, mas eu realmente precisava escrever tudo o que aconteceu.

Beijos,

Fernanda

Nenhum comentário: