domingo, 26 de julho de 2009

Ensaio sobre a Cegueira

Na faculdade cheguei a ler um trecho, na pós tive acesso a mais algumas partes desse livro mas nunca me interessei em lê-lo por inteiro, talvez porque a cada aula em que falávamos sobre esse livro e sobre o tema, nós esgotássemos o assunto e isso já me deixava satisfeita.

Enfim, ano passado o livro Ensaio sobre a Cegueira, do português José Saramago, se torna filme. Lembro de ter me interessado muito quando este estreiou no cinema, mas acabei por não assistir. Sexta, voltava do trabalho pensando que tudo que precisava seria filme + pipoca + cobertor. Na locadora, procurava por coisas bem banais, pelos filmes que eu gosto (comédia romântica), mas estavam alugados, então me deparei com a caixinha de Emsaio sobre a Cegueira e não tive dúvidas.

Ontem anoite assisti ao filme.


Claro que não poderia ser diferente, acordei hoje com o filme na cabeça. Repensei as cenas, busquei informações na internet, conversei com amigos e mesmo sem ler o livro (o que pretendo fazer em breve) ficou claro pra mim que Fernando Meirelles conseguiu expressar de forma fiel o livro nas telas. O que posso dizer é que você desliga o DVD com uma sensação ruim, algo incomodando, é um filme que vai mexendo com você a cada cena, vai testando seus valores, seus ideais, inclusive suas definições de dignidade, ética, certo e errado.

Pra quem puder e quiser, vale a locação!!!

Querendo mais informação? Abaixo um trecho retirado do wikipédia sobre o enredo do livro, que pode ser lido como enredo do filme:

"O romance aborda a emergência de uma inédita praga de uma repentina cegueira abatendo uma cidade não identificada, inexplicável e incurável. Tal "cegueira branca" — assim nomeada pois as pessoas infectadas percebem em seus olhos nada mais que uma superfície leitosa — manifesta-se primeiramente em um homem sentado no trânsito e, lentamente, se espalha pelo país. Aos poucos, todos acabam cegos e reduzidos, pela obscuridade, a meros seres lutando por seus instintos. À medida que os afectados pela epidemia são colocados em quarentena, em condições desumanas, e os serviços estatais começam a falhar, a trama segue a mulher de um médico, a única pessoa que não é afectada pela doença que cega todos os outros.
O romance nos mostra o desmoronar completo da sociedade que, por causa da cegueira, perde tudo aquilo que considera como civilização e, (tal como em A Peste, de Albert Camus) mais que comentar as facetas básicas da natureza humana à medida que elas emergem numa crise de epidemia, Ensaio sobre a cegueira mostra a profunda humanidade dos que são obrigados a confiar uns nos outros quando os seus sentidos físicos os deixam. O brilho branco da cegueira ilumina as percepções das personagens principais, e a história torna-se não só um registro da sobrevivência física das multidões cegas, mas também das suas vidas espirituais e da dignidade que tentam manter. Mais do que olhar, importa reparar no outro. Só dessa forma o homem se humaniza novamente.

Na contracapa: "Se puderes olhar, vê. Se podes ver, repara.", citado do "Livro dos conselhos", de El-Rei Dom Duarte.

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